quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Oração da Noite - Encontro de Férias

Deus, uma família unida no amor fraterno, como a da Inês ou do Daniel, era feliz na sua unidade. Mas todo o amor que existia nesta relação era demasiado grande para ser escondido, demasiado forte para ficar estático e demasiado bom para que não fosse revelado…

Então esta família desejou ser mais, transformando um pedacinho de céu e terra, num sítio de grande beleza.

Deus disse: “Que exista Luz! Firmamento; mar; árvores; noites e dias E que a terra produza seres vivos, cada um conforme a sua espécie.

A família de Deus festejava a capacidade fantástica que o amor tem de fazer crescer vida, privilegiando uma espécie de entre todas. Uma que fosse capaz de recriar este amor infinito.

Deus soprou a vida nas narinas do homem e este tornou-se um ser vivente.

Inspirou no homem vida fecunda – a sua capacidade de sentir, tocar e deixar-se entregar àqueles que o amam! E este, como Ser Amado, confiava plenamente no Pai, desejando também ele traçar na história de uma humanidade criada pra ser feliz, um pedacinho de harmonia.

[Eu estou aqui Senhor]

Então Deus modelou o homem com a argila do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem ganhou uma capacidade extraordinária para amar.

Mas a mensagem que o Amor de Deus tentou transmitir ao homem foi-se deteriorando e esquecendo com o tempo. O Homem optou pelo caminho mais fácil, menos aliciante e menos construtor de coisas boas… Só porque não lhe apetecia ou custava crer no amor infinito de Deus.

Iavé viu que a maldade do homem crescia na terra e que todo o projecto do coração humano era mau.

O homem tem sempre a possibilidade de escolha, mas à medida que ia reprimindo os seus sentimentos de verdade, as suas escolhas tornaram-se cada vez mais limitadas… E o homem sentiu-se oprimido: preso entre as suas próprias opções!

Mas Deus nunca se esquece do homem…

Deus viu a condição dos filhos de Israel e teve compaixão deles.

Cuidando das feridas do coração Humano.

Ouvi o seu clamor contra os seus opressores, e conheço os seus sofrimentos.

Mas para isso precisava de homens de coragem e empenho, com capacidade de guiar e ajudar todos os outros a se libertarem e encontrarem o seu caminho.

Deus esteve sempre presente, em todos as quedas, sorrisos, desilusões e esperanças ao longo da caminhada…

De dia como uma nuvem, para os guiar; de noite, numa coluna de fogo, para os iluminar.

[Estrela Polar]

O homem ganhou a capacidade de optar e caminhar livremente, passo a passo, construindo os seus bocados de vida. E Deus, porque não é mais do que amor, criou com este uma aliança devota e fraterna, cumprindo o seu projecto de felicidade para o homem.

Mas o homem, embora expectante no projecto que Deus tinha para ele, caminhava tantas vezes sem rumo e sem sentido, construindo o seu espaço no meio do nada e da desilusão.

A fidelidade, alicerçada no amor de Deus, tornava-se distante e difícil para homem alcançar.

Mas Deus não parou de sonhar, nem de apostar no coração do homem, tornando o seu rosto visível a toda a humanidade. No expoente máximo do seu sonho, Ele chama toda a Humanidade a pertencer a uma mesma família, onde tudo é partilha e fraternidade no amor, semeando na história um nome…

O ROSTO HUMANO DO AMOR DE DEUS

Nasceu na Palestina e a sua paixão era fazer a vontade de Deus.

Amava a simplicidade das crianças e defendia corajosamente os que não eram capazes de se defender.

Deixava mais felizes os bem-intencionados que tinham a sorte de o encontrar.

Nunca teve pretensões a ser rico ou poderoso.

Defendia a partilha de bens como caminho para chegar à abundância.

Só pela via da partilha,

Dizia ele,

Os bens chegarão para todos e ainda vai sobrar.

Amava de modo incondicional

E preferia acompanhar com os pobres.

Nunca foi cobarde.

Jamais defendeu a morte ou marginalização dos pecadores,

Mas sonhava com a erradicação do pecado da história humana.

Denunciava corajosamente os que oprimiam em nome da religião, da política ou do dinheiro.

Por isso os poderosos não queriam que ele vivesse.

Os que não valorizavam a vida e a liberdade dos outros,

Não gostavam que ele vivesse.

Nunca deixou ninguém mais pobre ou com falta de sentidos para viver.

Não fazia publicidade dos seus gestos de generosidade e doação.

Justificava o seu modo de actuar dizendo claramente ser essa a vontade de Deus.

Entre os seus maiores inimigos estavam os que se diziam representantes de Deus.

Foram eles os programadores de sua morte.

Invadiram a sua tenda e deixaram-na vazia,

Fazendo-o desaparecer da companhia daqueles que o amavam.

Mas ele sabia que Deus toma partido pelos que gastam a vida por amor.

Eis a razão pela qual

Ele estava seguro

Que o Amor não o deixaria ficar no vazio da morte.

Sabia que nenhum homem podia destruir o projecto que Deus lhe confiara.

Tinha consciência de que a sua vida não era apenas sua,

Pois Deus confiou-lhe uma missão em favor de toda a Humanidade.

Esta missão implicava a doação incondicional da sua vida com todos os seres humanos.

Amou incondicionalmente a sua missão, sendo fiel até ao fim.

Levou o amor até à densidade máxima, isto é, dar a vida por aqueles a quem se ama.

Partilhou-se inteiramente,

Por isso a sua vida não lhe pertencia.

Tornou-se a cepa da videira cujos ramos são todos os seres humanos.

O Espírito Santo era a força vital que lhe comunicava essa coragem de se dar.

Pelo acontecimento da sua ressurreição difundiu este mesmo Espírito para nós,

A fim de adquirirmos o seu jeito de amar.

Uma vez ressuscitado,

A sua vida circula no coração de todos os que amam a verdade,

A justiça,

A fraternidade

E sonham com a comunhão universal.

Destruíram a sua tenda,

Matando-o.

Mas o Amor restaurou-a,

Fazendo dele a pedra fundamental do edifício da Nova Humanidade.

Como pão que se reparte para alimentar a vida dos outros,

Assim foi a sua vida.

Corporizou e explicitou este seu jeito de se dar,

Na partilha do pão da Eucaristia.

Partilhou tudo:

Os bens e a vida.

Conhecia os homens em profundidade.

Por isso enfrentava os ricos e os poderosos.

Só atacava o que desumaniza o homem e o impede de se realizar, ser feliz e atingir a comunhão com os outros.

Nunca confundia o pecado com o pecador.

Ao pecador desejava libertá-lo e curar as feridas do seu coração.

Ao pecado,

Pelo contrário,

Tudo fazia para o destruir e impedir que mutilasse a vida humana.

Tomava Deus e as pessoas humanas a sério.

A libertação da Humanidade,

Para ele,

Não era uma questão secundária.

O seu nome era Jesus, isto é, Salvador.

A sua vida confirmou o seu nome e a missão que Deus lhe confiou.

Uma vez ressuscitado,

Tornou-se a fonte da vida nova para toda a Humanidade.

Por isso,

Ao longo dos séculos,

Não desaparecem as vozes que gritam:

Obrigada Jesus!

CALMEIRO MATIAS

[Sê a minha luz, a minha alegria]

Momento de partilha pessoal com base no momento de reflexão da tarde: Se transportasse uma atitude de Jesus para mim, hoje, o que é que mudava nas minhas relações?

[Ninguém te ama como eu]