quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Histórias de Jesus - Jesus e o Filho da dona Natércia

Olá amigos!

Quando este espaço foi por nós criado, foi também com o intuito de irmos partilhando o que de bonito vai surgindo nas diferentes "missões" de cada um!

Assim, eu, a minha mana Teresa, e os nossos amigos Inês Pintalhão e Sérgio Dinis, vamos começar a partilhar aqui umas historinhas que estão agora a surgir da nossa imaginação, a partir da "degustação" dos "Evangelhos de Jesus segundo os seus amigos". Estas histórias são a base das catequese com os nosso pequenotes do 2º ano!

A primeira, já foi testada :)
Eles gostaram... E PERCEBERAM!!!
Esperamos que vocês também - hihihi :)


Ressurreição do filho de uma viúva (Lc 7, 11-17)

Jesus dirigiu-se a uma cidade chamada Naim, indo com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando estavam perto da porta da cidade, viram que levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva; e, a acompanhá-la, vinha muita gente da cidade. Vendo-a, o Senhor compadeceu-se dela e disse-lhe: «Não chores.» Aproximando-se, tocou no caixão, e os que o transportavam pararam. Disse então: «Jovem, Eu te ordeno: Levanta-te!» O morto sentou-se e começou a falar. E Jesus entregou-o à sua mãe. O temor apoderou-se de todos, e davam glória a Deus, dizendo: «Surgiu entre nós um grande profeta e Deus visitou o seu povo!» E a fama deste milagre espalhou-se pela Judeia e por toda a região.

Jesus e o filho da dona Natércia

Certo dia, Jesus ia a passear com os seus amigos e foi visitar uma cidade chamada Naim.
Enquanto passeavam riam de satisfação por terem a possibilidade de serem todos muito amigos e de poderem aprender isso com o Jesus.
Jesus ia contando coisas sobre o amor e os seus olhos mostravam uma enorme alegria.
A meio do caminho vieram ter com ele, a correr, várias pessoas que viviam nessa cidade, e disseram-lhe:

- Olá! Olha… tu é que és o Jesus?

- Sou, porquê? – perguntou Jesus - O que querem de mim?

- É que nós ouvimos falar muito bem de ti! – disseram as pessoas - Dizem que quem te conhece a sério se torna diferente… se torna mais alegre!

- Sim… Eu pelo menos tento fazer isso… – disse Jesus.

- Olha… então anda ajudar-nos!! É que o filho da dona Natércia, tem andado muito esquisito… e ela está muito preocupada!

Jesus e os seus amigos, seguiram então aquelas pessoas e foram até à casa da dona Natércia.
Ao chegar ficaram espantados! Sentada a uma mesa, que estava no meio da cozinha, estava a dona Natércia a chorar limpando as lágrimas ao seu avental… E a um canto estava o seu filho Gil encostado à parede muito quieto e calado…

O Gil, quando era mais pequeno, era um rapazinho muito alegre e vivaço! Mas certo dia começou a querer estar sempre sozinho… Dizia que as outras pessoas não serviam para nada e por isso passava os dias encostado àquela parede da cozinha sem falar com ninguém… sem olhar para ninguém…

Como já estava assim há muito tempo, a mãe - a dona Natércia – estava muito triste e não sabia o que fazer!
Jesus, ao ver o que se passava, perguntou ao Gil se queria ir com ele e com a mãe dar uma volta pela cidade… levantar os olhos… apanhar ar…
O Gil ainda demorou algum tempo a dizer que sim… mas depois lá foram os três dar uma volta!

Enquanto passeavam Jesus foi dizendo ao Gil que estar assim em casa parado, sem estar com ninguém, era quase como estar morto…
Para estarem vivas as pessoas têm de estar umas com as outras.
Então, a pouco e pouco, o Gil foi percebendo que havia muita gente que até precisava dele… As vezes, até um simples sorriso do Gil era capaz de fazer alguém mais feliz!

A partir deste dia tudo mudou naquela casa! O Gil começou a escrever num papelzinho todas as coisas que ele podia fazer lá na cidade para fazer os outros mais alegres e felizes… E estava tão excitado que falava muito alto e fazia muitos gestos para mostrar a Jesus quais eram os seus planos. A dona Natércia mostrava agora o maior sorriso do mundo… enquanto fazia um bolinho na lareira para partilhar com Jesus e os seus amigos.

ORAÇÃO

Olha, Jesus…
Ensina-me a mim também
A ser uma criança alegre

Ajuda-me a perceber
Que a maior alegria que se pode ter
É ajudar a fazer os outros mais felizes

Oh Jesus, Tu és tão alegre
que até me fazes a mim alegre também

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A Criação não tem lógica nenhuma


Há pouco tempo, numa aula de Filosofia, vi o “Matrix”. Acho que não é muito normal, mas nunca tinha visto o filme na vida. Pensei que era daqueles filmes de ficção científica iguais a todos os outros e por isso nunca tive interesse em ver… mas enganei-me. Pelo menos para mim, não foi um filme qualquer. “Matrix” põe em questão muita coisa, até mesmo a nós próprios. Questiona o mundo que nos rodeia, a nossa realidade.

A realidade existirá? A realidade, a nossa realidade, será verdadeiramente real? Somos efectivamente livres ou será a nossa liberdade apenas uma ilusão?

O “Matrix” diz-nos, basicamente, que fomos criados por máquinas, que elas nos manipulam como bem lhes apetece e ainda que nos iludem de tal maneira que nos achamos mesmo livres.

E sabem uma coisa? Dito assim parece um disparate de realizador com uma dose bem grande imaginação, mas tudo isto faz sentido no filme. E mexeu comigo!

Em discussão durante a aula, depois de vermos o filme, chegámos a uma conclusão: se durante séculos acreditámos que fomos criados por um ser a quem chamamos “Deus”, porque não havemos de acreditar que esse ser é constituído por parafusos e placas de metal?

Faz sentido… é legítimo que uma pessoa acredite no “Matrix”! Porque raio é que milhões acreditam na Bíblia, porque raio é que a podem levar à letra à vontade e não se pode acreditar num filme? Porque a Bíblia existe há séculos? Não me parece um argumento suficientemente válido.

Mas, sabem? Eu continuo a confiar na Bíblia. Não digo nem nunca disse que acredito que Deus tenha decidido tirar uma semaninha para criar um sítio porreiro para o Homem e os animaizinhos viverem. Não digo que o ser humano foi criado porque Ele decidiu bufar num pedaço de barro. Até porque a espécie humana não começou por um só homem, surgiu na Terra pelo encadeamento natural da evolução dos seres…

Digo sim que, se Deus não é mais do que Amor, nunca nos criaria em seu próprio benefício. Nunca nos manipularia, porque essa não é a Sua lógica! Essa é uma lógica demasiado humana! Demasiado “toma lá, dá cá”.

Posso até dar alguns exemplos… quando a Bíblia diz que Deus soprou num pedaço de barro e que assim lhe deu vida, isso não é, de todo, para levar à letra! Um boneco é um boneco. Não chora, não ri, não sente. E um sopro, se não encontrar nenhum obstáculo, não tem importância absolutamente nenhuma. Mas, segundo a Bíblia, quando o sopro (ou o Amor, se quiserem) de Deus se junta com o boneco, aí então aparece o homem, a alma vivente que sofre, que sonha, que chora, que ri, que faz tudo. Ou seja, o homem ganha vida a partir do momento em que é atingido pelo amor de Deus!

“Criou-o à sua imagem e semelhança”. Não, Deus não tem um corpo que até é semelhante ao nosso, e achou tão giras as suas pernas e os seus braços que decidiu presentear-nos com uns. Criou-nos à sua imagem e semelhança porque nos deu capacidade de amar, de criar relação, algo a que nenhum dos outros animais teve direito!

Percebem? Percebem agora porque é que ainda há milhões a acreditar num livro que já chateia de tão lido que é? Talvez haja pessoas que encontram nele um sentido para a vida…

Não me interessa muito se Deus tem braços e pernas. Não me interessa se é feito com placas de metal e parafusos ou se é constituído por nada em concreto… interessa-me que não podemos contactar com ele através da massa cinzenta, da lógica, se quiserem até da razão. Talvez por isso não haja muitos filósofos religiosos… interessa-me que consigo senti-lo, digam o que disserem, questionem o que questionarem.

A criação não tem lógica nenhuma. Deus não tem lógica nenhuma. Não conseguimos arranjar uma definição para Ele, porque Ele não se pode definir. Não faz sentido, a não ser que olhemos para a coisa com o coração… e aí, asseguro-vos, passamos a compreender! E aí, somos felizes!