segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Diz que é uma espécie de encontro internacional...


Perdoem-me o atraso… às vezes sou tão pouco simples que não arranjo um espacinho no horário para partilhar experiências.

Mas ouvi dizer que “mais vale tarde que nunca”…


Foi um encontro pouco “Internacional”.

Mas contou a intenção de estarmos intimamente ligados a “nuestros hermanos”, que começariam o seu encontro no mesmo dia, ao final da tarde.



O tema era o mesmo: a Simplicidade.

Simplicidade de que Maria é exemplo, simplicidade que encontramos em cada palavra que lemos de Maria Emília Riquelme, madre fundadora da nossa congregação. E o desafio era organizarmos um encontro que estivesse em comunhão com aquele que se ia passar do outro lado da fronteira, a centenas de quilómetros de distância. O ideal seria um encontro em que nos juntássemos, Portugal e Espanha, para partilhar experiências e vivências. Mas quando os obstáculos nos aparecem, a sabedoria é mesmo esta – contorná-los com a simplicidade que consigamos recolher dentro de nós. Não foi a solução perfeita: numa altura em que a comunicação é cada vez mais virtual, há que privilegiar o encontro humano; mas entre cortar relações e utilizar os recursos que temos, a solução pareceu-nos óbvia.




Às nove da manhã, estava tudo pronto para começar. Só faltava um pormenor sem importância: os jovens! Ao Domingo de manhã a preguiça ataca em força, e parecia que estava a vencer todos aqueles que tinham dito Sim…

Mas a vontade de crescer sobrepôs-se. Mais tarde do que o previsto, é certo, mas arrancámos o encontro com as pessoas que tínhamos – poucas mas boas!



Entretanto, o gelo quebrou-se, entre o “chega e não chega” dos mais atrasados. Cantámos, brincámos e, por volta das dez e meia, começámos com a Oração da Manhã o Encontro Internacional MEL 2009.




A manhã passou-se entre actividades práticas: leitura e partilha a partir de um texto sobre Maria e a sua simplicidade de mãe e mulher lutadora; um jogo que envolvia mímica, desenhos, ler nos lábios… (quem é que já não jogou Party & Co?); filmagem de um pequeno teatro, “Maria não desistente e fiel”, que havia de ser enviado para Espanha representando o grupo MEL Portugal. Conversou-se, brincou-se, olhou-se para os melhores exemplos de todos – os de pessoas comprometidas.






Depois do convívio do almoço partilhado, voltámos ao “trabalho”. Uma pequena apresentação sobre Maria Emília Riquelme, que em tanto foi parecida com Maria. Percebemos que é possível pôr o Amor em primeiro lugar. Que não é impossível resistir às lógicas do Mundo que nos prendem. Num exemplo concreto, de uma mulher concreta, vimos que a Simplicidade se pode manifestar em nós – se o deixarmos.





A seguir, em pequenos grupos, conversámos sobre a Simplicidade no dia-a-dia.

Sim, que é muito fácil dizer coisas bonitas! Mas e no concreto dos dias? Como podemos ser simples, como podemos transmiti-lo aos outros? “Simplicidade em casa”, “Simplicidade na escola”, “Simplicidade na rua” – eram os temas para cada grupo. Onde é mais importante agir desta forma? Há um contexto mais importante que outro? Como é que, na prática, podemos agir com Simplicidade? No fim, houve partilha de conclusões. A conclusão era óbvia: não importa o contexto, há sempre formas de sermos mais para os outros, de dizermos um Sim convicto sem olhar para trás.


E depois disto, restava saborearmos o que tínhamos concluído, tornarmos tudo mais nosso. Chegou a hora do Deserto.


Todos tiveram oportunidade de olhar para dentro, de falar com o Abbá de todas estas coisas. De pensar o que é que tudo aquilo podia implicar no seu quotidiano. “O que é mais importante na tua vida?”, era uma pergunta que nos colocávamos.



Ao fim da tarde, juntámo-nos à Comunidade de Gueifães para celebrarmos a Eucaristia. Afinal, nada disto faz sentido se não for vivido em comunhão com outros que nos são semelhantes!

Voltámos ao colégio para jantar, altura em que houve mais espaço para convívio. Jogámos, rimos, conhecemo-nos melhor. Sentia-se a satisfação de um dia produtivo (ainda que cansativo).


Para encerrar o encontro, vimos o filme “Patch Adams – o Amor é Contagioso”. Não poderia ter resumido melhor o que andávamos a repetir desde a manhã!

Um filme sobre um grande Sim, sobre o amor e a simplicidade do ser criança.


A oração da noite foi já pequenina, não só pelo adiantado da hora como também pelo cansaço que já se fazia notar em cada olhar.


A Simplicidade não se explica por palavras – foi a grande conclusão. Mas explica-se de outra forma mais… simples! Espero que cada jovem o tenha sabido explicar depois em casa, na escola, na rua, em cada contexto, em cada lugar por onde tenha passado.

Não que seja fácil, claro.



(texto escrito pela grande Inesita)