domingo, 15 de fevereiro de 2009

Adoração dos Enamorados


Meu Amor, ontem foi um momento tão bonito não foi?

Foi muito bom receber uma carta Tua...
Ainda que eu pense ter tudo, ainda que eu julgue ser Feliz, sem Amor nada sou...

Quando comecei a responder à Tua carta, não sabia bem aquilo que Te havia de dizer, mas sabia que tinha de o fazer...
E comecei por isso mesmo, a dizer-Te que não sabia o que Te responder, mas que não Te podia deixar sem uma resposta. Como enamorados que somos temos uma relação para cuidar, e nesse aspecto eu ando tão descuidada...

Não tenho contribuído nada para a construção da nossa relação, que se tem mostrado tão bonita...

Nessa noite, procurei por esses pontos, aqueles que têm falhado na nossa relação...

Tenho tornado a nossa relação tão monótona, sem crescimento e sem nada de novo, e eu sei, que isto tudo vai tirando Vida à nossa relação, aos poucos, ela assim vai morrendo...

Sinto que estamos naquilo a que chamam "um tempo" na relação... e oh Amor, Tu sabes tão bem que eu não gosto nada disto, sabes que eu não acredito nisso, Tu sabes tão bem que eu procuro sempre que as coisas sejam ou não sejam e que não andem num balançar constante... tal como uma música diz... "balançar é mesmo balançar, até dar balanço e sair..."... mas Tu sabes também que não é isso que eu quero... a hipótese de me largar de Ti é algo que vejo como impossível, depois de Te ter encontrado e começado a conhecer, não quero mais largar-Te... fazes-me tão bem, és tão importante para mim...

Sinto-me agarrada a Ti... mas tão longe...
Longe de Ti, longe de mim, longe daquilo que podemos ser...

Não Te tenho dado tempo...
Não Te tenho dado tempo para seres, para eu ser, para sermos...

O tempo, esse, tenho o gasto noutras coisas, noutros vícios, noutras rotinas..,
Tenho gasto o tempo em coisas inúteis, estúpidas por vezes, e vazias... coisas vazias, que me tornam vazia e ao mesmo tempo cheia de tudo e mais alguma coisa, e está tudo tão desorganizado... está uma grande "bagunça"...

Ando tão preocupada em ser, mas não tenho conseguido procurar nos melhores sítios, tenho trocado tudo, tudo, tudo...

Não tenho conseguido ser quem sou, não tenho conseguido acreditar e lutar por nada e por vezes sinto-me tão frágil, sinto que não consigo...

Que fraca que eu sou...

Sabes, obrigada pela Tua carta, e pela resposta que esta provocou em mim...
Ainda não me habituei muito à ideia de "namorarmos", ainda estou muito tímida, e isto até parece estranho, mas eu sei que é importante, pois as coisas tornam-se importantes pelo tempo que disponibilizamos com elas...

Cartas de Amor serão sempre ridículas, é verdade, e por seres algo tão dentro, torna-se estranho tudo isto... mas que é bom é!

Volta-me a escrever sim?
Eu sei que estás sempre comigo...


E relativamente ao resto, vou cuidar melhor da nossa relação, vou procurar dar-Te mais tempo...


E obrigada por apesar de tudo ainda estares aqui...



segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Partilhando VIDA (Fevereiro 2009)









Senhor, faz-me sempre consciente da minha “lepra”, dos meus juízos dos outros, dos meus egoísmos, da minha falta de entrega, da minha falta de AMOR. Sendo consciente poderei dizer-te “se quiseres, podes limpar-me”, poderei confiar plenamente em Ti e deixar-te fazer em mim, poderás transformar a minha carne apodrecida em pele sã e renovada. Como dizia Mª Emília “Deus quer que conheçamos a nossa pequenez e nos voltemos para Ele”.


Bem sei que mil vezes me curaste, disseste-me “fica limpo”, “fica limpa Núria”, que cada dia a tua mão me acaricia limando-me, cada vez que me confesso limpas todo o meu ser… dás-me novas forças para continuar a trabalhar, para que continue a gastar a minha vida em Ti e com os outros.


É tão simples dizer-te o nosso mal, e complicamo-lo com frequência… Tu sempre dizendo “quero”. Obrigada por “querer” sem parar, por estar disposto a limpar-me uma e outra vez, por dar-nos o milagre do sacramento da confissão, por tornar-te presente, por chegar através dos sacerdotes para o tornar mais fácil. Obrigada por aceitar até a minha falta de descrição, mas como não o dizer?, como calar que és o AMOR!? Como o leproso que estava louco de alegria ainda que Tu tivesses que sofrer as consequências… no fundo “iam ter Contigo de todos os lados”: oxalá a minha vida contagiasse assim!, que fosse reflexo de Ti, para que muitos te procurem, ainda que seja preciso sair das casas, das cidades, das comodidades… porque só assim cada um se pode encontrar Contigo.


“Sê caridosa nas tuas opiniões, sê humilde de coração, sê mansíssima na humilhação e no teu coração descansará o teu Jesus” (Mª Emilia)


Nuria Molinero-Rosales. GRANADA (traduzido por Isabel Maria)