sexta-feira, 16 de março de 2007

Dar a conhecer Deus nos dias de hoje

Olá! Não, não é o Armando, é o Miguel que vos fala mas vou usar o mail do meu irmão.

É hoje que me vou estrear no bloguezinho do Mel. É verdade, e tudo isto por causa do meu irmão. Então não é que o moçoilo entrou no meu quarto para falar de Deus, algo inédito…E digo-lhe eu “ mas agora ta a dar os simpsons…” Mas falamos, falamos e após uma reflexão cheguei a uma conclusão que pretendo partilhar.

Deus é só um, disso não há dúvida, quer queiramos quer não, não existem vários deuses apenas um! O problema está, pois, quando começamos a definir que Deus é esse afinal. Ora Deus é-nos transcendente, e como tal é difícil, se não impossível (e eu não tenho a ousadia) de definir Deus. Mas será que o podemos definir?

Pois bem, Deus não é um objecto que podemos descrever, Deus não é um fenómeno. É impossível converter Deus em facto científico que pode ser provado através de uma equação matemática, e como tal qualquer definição ou apresentação de Deus acarreta consigo um cunho subjectivo e reflecte, as condicionantes, as limitações do homem que não consegue compreender a perfeição de Deus porque o homem não conhece a perfeição. Esta imagem deixa de ser Deus único que existe. E se outra pessoa vem e me dá uma definição diferente já vem com o cunho subjectivo dessa pessoa, and so on…

Como chegar a um consenso? Através da inter-subjectividade, do diálogo, da aprendizagem, da troca de experiências. Todas estas definições, ou comparações, metáforas, semelhanças que se usam para apresentar Deus, devem ser discutidas, tirar o que há de mau, deixar o que há de bom e assim chegar a uma apresentação de Deus mais apelativa, podemos mesmo dizer mais cómoda. E para quê tanto trabalho com definições? Para poder apresentar ao outro uma imagem de Deus que o cative que o leve a seguir Deus.

Se alguém me diz que não acredita em Deus, acredita apenas num estado de ataraxia que pode atingir através da sua espiritualidade? Eu vou concordar com essa pessoa dizer-lhe que o meu estado de ataraxia, será atingido quando for capaz de amar incondicionalmente.

Se alguém me disser que não acredita em Deus? Não vou perder tempo a convertê-lo à minha apresentação de Deus, apenas lhe digo que não é preciso acreditar para amar e fazer o bem.

E se uma dessas pessoas disser que acredita num Deus muito velho no cimo de uma nuvem sentado numa poltrona, a tirar notas sobre as pessoas? Nesse caso se a pessoa viver amando ao outro como Jesus amou, não vou perder tempo com a sua definição de Deus, há casos bem piores no mundo. Claro que se pudesse trazer todas essas pessoas para junto da comunidade católica para poderem aprender e ensinar, claro que o fazia, mas há coisas mais urgentes em que trabalhar.

No fundo não é assim tão relevante para mim em que Deus as pessoas acreditam. É sim importante, saber a mensagem que esse Deus lhes transmite. Se for o amor incondicional? Está tudo bem, vou pregar para outra freguesia…

1 comentário:

Hannah disse...

Pregando juntamente contigo, posso dizer que a tua partilha foi muito rica para mim. (E sim, não estou a dizer isto só porque comentamos no carro que tinhas escrito algo no blog :) Foi mesmo importante).

No nosso dia a dia encontramos muita gente que não compreende com muita lucidez o Deus que nos move por dentro. Uns dizem que não acreditam, que são "homens da ciência" ou simplesmente "homens-modernos" e que Deus é feito para alimentar ilusões dos que acreditam. Depois encontramos os que acreditam no Deus-soberano, sentadinho na poltrona, ou mesmo aqueles que crendo ser esse o Deus que a Igreja proclama não se preocupam muito (também para quê se preocuparem a ter um Deus destes na vida?).

Concordo plenamente que o Deus em que acreditamos, e que não podemos calar, é a fonte das relações de Amor na nossa sociedade! Infelizmente as pessoas limitam-se a coabitar umas com as outras sem se preocuparem que o outro também é movido a amor - Ora que grande ideia! Se todos fossemos movidos a amor (tal como os moinhos são a vento) talvez comessassemos a dar mais valor à Vida!