sábado, 17 de novembro de 2007

A alegria da missão

Olá! Já nao venho aqui faz muito tempo. Mas li e gostei das novidades :) Venho aqui colocar o texto que eu e o o Miguel levámos para a reunião em que se assinalou o Dia Mundial das Missões.
Espero que vos entusiasme a todos como a mim...

"Vão-se os dias e os meses no girar contínuo da roda do tempo, que, como a brisa da tarde e o vento de Inverno, passa voando, deixando no seu rasto melodias de saudade. E assim chega Outubro, responsável e sisudo, pé ante pé. Lembra-nos os nossos compromissos e empenhos. Convida-nos a assumir com valentia e coragem todos os apelos e desafios que a vida nos lança. Sim, porque viver é trabalhar e construir, é colaborar com Deus Criador, aperfeiçoando com Ele a obra começada. Viver é deixar pegadas indeléveis nos pergaminhos da História. É deixar uma recordação meiga de carinho e saudade como um canto de amigo na memória daqueles que connosco percorreram os caminhos da vida.

Em Outubro já estão todos ao trabalho para ganhar o pão com o suor do rosto. Mas também para embelezar o mundo e fazer dele um jardim tão bonito como o de Adão e Eva. Na escola já se controla se os frutos vão amadurecendo ou não; já se verificam os primeiros resultados, preparando assim o resultado final de um ano de trabalho que todos desejamos cheio de êxitos. Para os Invencíveis apaixonados por Cristo, Outubro é o mês da missão. Alguns destes Invencíveis, espalhados pelos quatro cantos do mundo, partilham connosco a alegria que encontram no anúncio do Evangelho e na fidelidade à sua vocação.

O Invencível Valentim partiu de Portugal para anunciar Jesus Cristo em terras do Brasil. E diz ele com grande satisfação: «Na nossa paróquia estão três padres: um português, um italiano e um zairense. Estamos todos empenhados em levar a palavra e a mensagem de Deus a todos os recantos das nossas cidades, especialmente aos jovens, a todos aqueles que anseiam por um mundo melhor e mais bonito.»

Das Filipinas, lá do outro lado do mundo, escreve o invencível Alberto de Oliveira: «Desde que cheguei, os dias têm passado a voar. Sinto-me contente por ter vindo para aqui. Foi para mim motivo de grande alegria ter encontrado os seminaristas bem de saúde e empenhados no seu trabalho.

De passagem por Macau, apercebi-me melhor dos enormes desafios que a China lança à Igreja. Encontrei lá os meus colegas a braços com as inseguranças que uma missão que, humanamente falando, parece não ter claros horizontes nem futuro bem definido.»

De Ango, em pleno coração da África, no meio de conflitos sociais das terras revoltas do antigo Zaire, ali mesmo na fronteira com o Sul do Sudão em guerra há mais de 20 anos, escreve o missionário Alfredo Neres: «A nossa chegada a Ango provocou uma explosão de alegria e de esperança nos cristãos, que há três meses e meio estavam privados dos seus missionários. O terror ainda continua. Quando entrámos no pátio da missão, a desolação das desolações, tudo é desolação. Encontrámos os muros de pé. Um caos total. Não ficou absolutamente nada nas casas. Há 30 anos que tinha feito o voto de pobreza, mas só agora é que experimentei verdadeiramente o que significa ser pobre. Sem cama, sem colchão, sem lençóis; sem prato nem garfo, nem colher; sem panela nem tacho para fazer de comer. Sem nada na despensa. Sem uma cadeira ou banco para me sentar. Sem bacia para me lavar nem toalha para me enxugar. Até aqui éramos nós que ajudávamos os pobres. Agora são estes pobres, a quem falta quase tudo, que partilham connosco o pouco que lhes resta, para nos mostrarem quanto estão felizes por nos verem regressar para o meio deles. Penso na viúva do Evangelho a oferecer as duas pequenas moedas. Perante esta situação desastrosa, não cruzaremos os braços. Tudo isto não nos tira a paz. Estamos confiados na Providência, que não deixará que nos falte o necessário para o nosso serviço de anunciar o Evangelho a gente tão pobre e abandonada.»

Outro Invencível, o José Vieira, escreve da Etiópia: «Estou fino que nem um coelho. No meu regresso, fizeram-me uma festa a que até o cachorro se associou. É lindo ver a Igreja crescer e tomarmos parte neste crescimento. Se a nossa juventude compreendesse a alegria da missão, deixaria de lado essas alegrias feitas a martelo, que sempre nos deixam de coração vazio.»

E tu, Invencível que me lês, que pensas fazer de concreto neste mês de Outubro para que Jesus seja conhecido e amado por todos os homens da Terra? Não te parece extraordinário o ideal missionário? Nunca pensaste que Cristo te interpela também a ti para que, empenhando-te na mesma missão, partilhes também da mesma alegria?

Se não sentes coragem para partir como tantos outros, lembra-te que podes colaborar com a tua ajuda na tua paróquia. Podes divulgar a imprensa missionária. E, se ainda o não fizeste, é mais que tempo de assinar alguma revista ou de comprar algum livro que te ajude a viver ao ritmo da missão."

Invencíveis
Outubro de 1997

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