terça-feira, 6 de novembro de 2007

Um Mundo ao Contrário

É pá... no meio do estudo, dos livros de História, de reis absolutistas e nobrezas mercantilizadas, apeteceu-me falar de coisas importantes.
Apeteceu-me falar de Deus. Parte em que vocês pensam: e desde quando é que divagar sobre Deus, que nunca viste sequer, é mais importante do que o teste que vais amanhã e cuja nota vai pesar na tua nota do final de período? E a minha resposta: não sei desde quando, mas ainda bem que neste momento o é.
Estava-me a lembrar... no outro dia na catequese estivemos a relembrar os nove anos que já passámos lá... vimos as nossas caras pequerruchas nas fotografias e os trabalhos que fizemos com 7, 8 anos... Houve um que me chamou à atenção. Questionava-nos "quando tínhamos fé em Deus". Ora, o que é que queriam que uma criança de 7 anos respondesse? A maioria disse que tinha fé em Deus quando tinha um teste e queria muito tirar boa nota. Houve uma que disse: "quando o meu cão estava doente eu tive fé, mas ele morreu".
Na altura descasquei-me a rir com o absurdo da afirmação... "é uma criança", disse a mim própria.
Mas depois estive a pensar... e reparei o quanto adulta aquela afirmação era. Reparei que aquela afirmação de miúda de 7 anos resume as "crenças" de tantos e tantos adultos que se dizem Cristãos. E senti-me triste...
Porque aquilo resume uma crença não em Jesus Cristo mas num ídolo que nada tem de boa notícia! Um ídolo que nos permite acomodarmo-nos no nosso medo de mudar, porque "Ele há-de resolver tudo", um ídolo omnipotente que substitui tudo aquilo que não podemos, aquilo que as nossas limitações humanas não nos deixam alcançar.

Reparei que este é o ídolo que aprendemos a adorar, não porque quem nos ensinou tenha culpa mas porque também aprendeu o mesmo daqueles que lhe ensinaram… reparei que é um ídolo que vai passando de geração em geração e que tantos aceitam porque dá jeito, mas que não nos faz feliz, porque não nos ama…

É triste. É triste que tantos deixem que o ídolo substitua o amor dádiva que é Deus, é triste que não reparem na revolução que Ele pode causar na nossa vida se estivermos realmente disponíveis. É triste que não sintam a sensação de liberdade que nos vem quando Ele faz eco na nossa vida. É triste que não percebam que Ele é divino porque é verdadeiramente humano e que o ponham em grandes altares celestes, com vestes caras e sorriso altivo numa lógica que é de tudo menos de amor…

É triste que não percebam que Ele pode derrotar os nossos próprios impossíveis, se não ficarmos de braços cruzados à espera que o faça sozinho…

Mas sabem o que é que é muito bom? É eu poder partilhar com vocês o Deus que eu vou tentando conhecer cada vez melhor, aquele Deus que me mostra todos os dias um mundo ao contrário, mas um mundo que me faz profundamente feliz.



Pediram-me para pôr este texto no blog do Mel... estivemos a reflectir sobre este assunto na última reunião, em que alguns estavam para Espanha.


A Ana Clara depois mandou um mail que tem tudo a ver, com uma frase que tinha lido num livro...

"Deus move o céu inteiro naquilo que o Ser Humano é incapaz de fazer,
mas não move uma palha naquilo que a capacidade Humana pode resolver!"


Se quiserem partilhar... estão à vontade ;)

1 comentário:

Marco Alves disse...

Querida Inês!

Pelo privilégio de poder crescer e camnihar contigo na descoberta de todas estas possibilidades, deixamos-te como partilha uma passagem do Evangelho segundo S. Lucas que nos revela e alerta como devemos ser seguidores e continuadores de Jesus, O Cristo, nessa atitude...

"Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo,
porque meus olhos viram a Salvação
que ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo.» Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia dele. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição."

Muito Obrigado...

Rita e Marco JR